CAPELA DAS FLORES
Belém do São Francisco-PE
Ainda bem que no começo do século XIX, DAVID MARQUES DA COSTA POMBO, chega à região da Fazenda Flores, localizada às margens do Rio São Francisco, entre Ibo-PE e Belém do São Francisco; acredita-se que tenha vindo a região para explorar as terras na Fazenda Flores como criador de gado.
David, casou-se com IZABEL MARIA DE JESUS, ao qual cremos ser esta de origem indigena, pois em registros de algum dos filhos do casal, pode-se observar que constam como sendo caboclos.
DAVID MARQUES DA COSTA POMBO e IZABEL MARIA DE JESUS, tiveram 8 filhos, todos nascidos na Fazenda Flores, sendo eles:
** JOÃO MARQUES DA COSTA POMBO, meu trisavô, nascido em 1876 e falecido em 1916, foi casado com Mariana Cândida de Jesus, estes foram os pais de Joanna Cândida de Jesus, minha Bisavó, esta nascida em 1896, sendo minha avó materna Antonia Vieira Lima filha de Joanna com Ricardo Gomes Vieira.
** VIRGILINA MARIA DE JESUS, nascida em 1878
** PRUDÊNCIA MARIA DE JESUS, minha Bisavó, nascida em 1882 e faleceu em 1963, casou com JOSÉ VIEIRA LIMA, conhecido por Zé Neco, residiam na Fazenda Jiqui em Cabrobó-PE
** RITA MARIA DE JESUS, nascida em 1884 e falecida em 1962, casou-se com José Gomes Vieira, conhecido por Zé Gomes, residiam no Sítio Lobo em Cabrobó-PE
** IGNES MARIA DE JESUS, nascida em 1886 e faleceu em 1970, casou-se com Valeriano Vieira Lima, conhecido por Vei Valero
** ALICE MARIA DE JESUS, consta que era PCD, não chegou a casar, nascida em 1896 e faleceu em 1918
** ANTONIO MARQUES DA COSTA POMBO, conhecido na região por TONHEIRO, este ficou viúvo e no segundo casamento foi morar na Fazenda Tolda em Cabrobó-PE, ainda existe uma filha do segundo casamento, ainda com vida, CAROLINA (CALU) com 97 anos, reside no Sítio Currais Novos – Cabrobó-PE. Tonheiro foi registrado no Almanack no Rio de Janeiro de 1895 como sendo um dos comerciantes fortes em Belém do São Francisco.
** DAVID MARQUES DA COSTA POMBO
O tempo passou, parte das devoções católicas dessa família, tinham de ir até a Matriz de Cabrobó; vendo a necessidade de diminuir as caminhadas, buscando satisfazer sua fé católica, DAVID constroi a Capela das Flores no terreiro de sua residência na Fazenda Flores, desta forma, não necessitando ir até Cabrobó para assistir as missas, realização de batizados, crismas e as novenas anuais que ali passaram a ser realizadas.
A Capela das Flores ostentou as imagens de SÃO PEDRO e NOSSA SENHORA DA SAÚDE, infelizmente, durante o período de guerras naquela região, a igreja ficou deteriorada e os Santos sumiram ou foram destruídos, até o presente não sabemos do paradeiro dessas imagens; contam os mais velhos que, no início do século XX, a imagem dos Santos foram roubadas da Capela, mais que logo vieram devolver.
Agora no ano de 2024, numa junção de forças da família, em especial quero citar um dos descendentes de David, o primo Wellington Pantaleão, este radialista, tem buscado ajuda na cidade de Belém do São Francisco para restaurar a Capela das Flores.
Em maio deste ano, um tataraneto de DAVID, foi consagrado Padre na cidade de Cabrobó-PE, PADRE CICERO GOMES, que esperamos que possa ainda no ano de 2025, após restauração da Capela, celebra a Missa em Memória dos que ali descansam, pois o casal David e Izabel ao falecerem, talvez tenha pedido isso a seus filhos, que seus corpos fossem colocados no interior da Capela das Flores, sendo também ali sepultados: Alice e João Pombo, filhos do casal, sua nora Mariana esposa de João Pombo e Joanna filha de João Pombo com Mariana.
É importante ressaltar que até início dos anos 50, não havia cemitério próximo da Capela, pois no ano de 1952 o Sr Manoel Neco, era casado com uma neta de João Pombo, antes de falecer pediu pra que enterrassem seu corpo defronte a Capela das Flores.
O documento mais antigo de registro da Capela das Flores é do ano de 1904, há 120 anos, quando foi realizado o batizado de IZABEL, filha de Zé Gomes e Rita de Jesus.
No final dos anos 70, já com várias pessoas enterradas ao redores da Capela das Flores, a história foi sendo esquecida pelo tempo, tomaram a iniciativa de levantar um muro de tijolos ao redor das catatumbas que passaram a existir no local e com isso também cercado a Capela das Flores.
Uma geração nascida dos anos 80 em diante, não sabedores da história daquele lugar, começam a reconhecer o lugar como apenas um cemitério, ficando toda trajetória de local consagrado e de muita religiosidade, esquecida no passado.
Pude recentemente conversar com a senhora Dona Emília, hoje com 93 anos de idade, me contou que passou a ser professora de catequese da Capela das Flores quando tinha 18 anos de idade, que recordava que o Padre muitas vezes chegava cedo pra fazer as celebrações e enquanto aguardava a comunidade chegar, almoçava e deitava ao chão da Capela da Capela das Flores para descansar.
Estamos aguardando o mais breve possível que a Capela das Flores possa ser restaurada, que os Santos possam ser expostos novamente e mais uma vez nomear os corpos que ali descansam dentro da Capela, recuperando a história desse povo desbravador daquela região, que ficaram por tanto tempo renegados ao esquecimento.
Acreditamos que a família não tenha participado do processo de formação das cidades de Cabrobó e Belém do São Francisco, visto não serem declarados BRANCOS, desta forma, num tempo de escravatura, em que a cor da pele era distinção social, esse povo Caboclo permaneceu das margens do Rio São Francisco para as entranhas da Caatinga trabalhando, construindo uma família solidifica na união e muita coragem para trabalhar.
Eu sou Robson Glay Vieira Patricio, natural de Cabrobó-PE, nascido em 1975, funcionário público do Estado de PE, resido em Petrolina-PE desde 1978.
** Tataraneto e Trineto de David Marques da Costa Pombo e Izabel Maria de Jesus;
** Trineto de João Pombo e Mariana Cândida de Jesus;
** Bisneto de Ricardo Gomes Vieira e Joanna Cândida de Jesus;
** Neto de Manoel Vieira Lima e Antonia Gomes Vieira.
** Filho de Pantaleão Patricio Neto e Maria Vieira Lima
