Nova sigla de Marina impõe limite a doação de empresas

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O estatuto provisório do novo partido que a ex-senadora Marina Silva decidiu criar veta o recebimento de doações de fabricantes de bebidas alcoólicas, cigarros, armas e agrotóxicos. A norma barraria até contribuições que a própria Marina recebeu em 2010, quando foi candidata à Presidência pelo PV. 
Naquela campanha, ela teve entre seus financiadores a Ambev, que fez doações que somaram R$ 400 mil. No total, ela recebeu R$ 25 milhões. 
Os setores banidos estão entre os grandes doadores eleitorais. Sozinhos, os quatro maiores doadores da indústria de bebidas repassaram R$ 100 milhões a candidatos desde 2002. 
Marina foi procurada, via assessoria, para comentar as doações recebidas em 2010, mas não se pronunciou. 
O manifesto político proposto para o novo partido defende o financiamento público de campanha e ataca a relação entre os “doadores e as leis feitas pelos eleitos”. 
Esse manifesto e a minuta do estatuto –que se refere ao novo partido apenas pelo nome de Rede –serão discutidos e votados em assembleia neste sábado, em Brasília. 
FICHA LIMPA
 
Além da proibição das doações, o estatuto prévio prega também o veto à filiação de pessoas enquadradas na Lei da Ficha Limpa e determina aos parlamentares da legenda um “combate rigoroso” a “privilégio ou regalia em termos de vencimentos normais e extraordinários”. 
De 2008 a 2011, Marina exerceu mandato no Senado, que paga 15 salários por ano e até R$ 38 mil de verba para o exercício do mandato. 
Favorável à candidatura de pessoas sem filiação partidária, a Rede permitirá, segundo seu estatuto, que até 30% de seus candidatos sejam representantes movimentos sociais “que não pretendam exercer vínculos orgânicos” com nenhuma legenda. 
A Lei Eleitoral, no entanto, exige que um candidato tenha filiação partidária, o que obrigaria mesmo essas pessoas a ter registro no partido. 
Apesar de serem tratadas como independentes, o partido exige que elas não atuem “frontalmente” contra o estatuto, o programa e o manifesto da legenda. 
A Rede, como é chamada por enquanto, aposta na mobilização via internet para conseguir as cerca de 500 mil assinaturas necessárias no prazo legal. O partido quer disponibilizar em seu site as fichas para que os apoiadores imprimam e assinem.

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