Missa do Vaqueiro de Serrita será celebrada amanhã (16) no Recife

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O Centro Cultural Cais do Sertão vira palco, amanhã, para o projeto Tengo Lengo Tengo, que promove exposição, lançamento de livro e a Missa do Vaqueiro no Recife para celebrar os 30 anos de morte de Luiz Gonzaga e do padre João Câncio, os criadores da tradicional celebração. A cerimônia religiosa acontece no vão livre do museu, a partir das 16h. Antes, às 14h, o público terá acesso à mostra e à sessão de autógrafos da fotobiografia de Câncio, escrita pelo jornalista Vandeck Santiago. O projeto Tengo Lengo Tengo é promovido pela Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco, por meio da Empetur, em parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).

A Missa do Vaqueiro é um dos acontecimentos mais importantes do Sertão pernambucano, atrai muitos turistas. É uma cerimônia emocionante, e foi criada por Luiz Gonzaga e o padre João Câncio. São duas figuras emblemáticas da nossa cultura, as quais temos a felicidade de homenagear, trazendo ao Cais algo que foi concebido por eles. É um momento muito especial para o Cais do Sertão. Nossa expectativa é reunir um grande público, que vai poder assistir a uma cerimônia belíssima, com muita música para homenagear o vaqueiro nordestino”, destacou o secretário de Turismo e Lazer de Pernambuco, Rodrigo Novaes.

O altar e o cruzeiro, que viraram símbolos da Missa do Vaqueiro, serão reproduzidos para a celebração no Recife. Na cerimônia, a Cavalaria da Polícia Militar de Pernambuco será abençoada por vaqueiros trajando os tão simbólicos gibões de couro. A ideia é respeitar toda a liturgia da cerimônia, que acontece há 49 anos. Mais de cem vaqueiros encourados (trajando o gibão) são esperados no Cais do Sertão. “Queremos que o público tenha uma experiência da grandiosidade que é este ato de fé”, explica Helena Câncio, viúva do Padre João Câncio e uma das organizadoras do evento.

O cantor Josildo Sá, que há anos comanda a parte musical da celebração em Serrita, ocupa lugar de destaque na programação. Além de participar da missa, ele comanda, ao lado dos poetas e cantores  Bia Marinho e de Flávio Leandro, show que antecede a cerimônia. A partir das 15h, eles fazem entoar no Cais a poesia popular nordestina, para aquecer a plateia e esperar a chegada dos vaqueiros.

Em cartaz até 27 de agosto, a exposição tem como intuito passar ao grande público uma dimensão da importância do trabalho desenvolvido por Luiz Gonzaga e João Câncio na missão de preservar a cultura e a tradição dos vaqueiros, figuras de grande importância na rotina das caatingas do Sertão.

MISSA DO VAQUEIRO
Realizada anualmente, a Missa do Vaqueiro tem em suas origens uma história que foi consagrada na voz de Luiz Gonzaga: a de Raimundo Jacó, um vaqueiro habilidoso na arte de aboiar. Reza a lenda que seu canto atraía o gado, mas atraía também a inveja dos colegas de profissão, fato que culminou em sua morte numa emboscada. O fiel companheiro do vaqueiro na aboiada, um cachorro, velou o corpo do dono dia e noite, até morrer de fome e sede.

A missa, uma verdadeira romaria de renovação da fé, acontece sempre ao ar livre e se assemelha bastante aos rituais católicos, porém contando com toques especiais que caracterizam o evento: no lugar da hóstia, os vaqueiros comungam com farinha de mandioca, rapadura e queijo, todos montados a cavalo.

A realização da celebração no Recife ainda conta com o apoio da Secretaria de Cultura de Pernambuco, Prefeitura do Recife, Compesa, Fundação Padre Câncio, e da Janela Gestão de Projetos, de Dida Maia e Fernanda Ferrário.

Fotos: Chico Andrade
Secretaria de Turismo e Lazer de Pernambuco

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