Psicólogo Joedson Lima fala ao Blog do Didi Galvão sobre o Setembro Amarelo mês de Prevenção ao Suicídio

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O Setembro Amarelo é uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. No Brasil, foi criado em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar à cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio (10 de setembro). A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa.

Ao longo dos últimos anos, escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral se envolveram neste movimento que vai de norte a sul do Brasil.

Mas todos podem ser divulgadores desta importante causa. Ações na rua, caminhadas, passeios ciclísticos, roupas amarelas ou simplesmente o uso do laço no peito já despertam atenção e contribuem para a conscientização. Faça parte desta causa! E não se esqueça: a campanha é em setembro, mas falar sobre prevenção do suicídio em todos os meses do ano é fundamental!

Pensando nisso o Blog do Didi Galvão, inicia uma série de reportagens e editoriais ao longo desse mês de Setembro. E nossa primeira entrevista é com o Psicólogo, Joedson Lima.

Confira a entrevista:

BLOG DO DIDI GALVÃO – Qual o objetivo da campanha setembro amarelo?
JOEDSON LIMA – Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio. No Brasil, desde 2015, foi criada a campanha Setembro Amarelo, uma inciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). A ideia é promover eventos que abram espaço para debates sobre suicídio, conscientizar a população sobre os fatores de risco para o comportamento suicida, orientar para o tratamento adequado dos transtornos mentais, que são 96,8% dos casos de morte por suicídio e divulgar o tema alertando a população sobre a importância de sua discussão.

Porque as pessoas cometem suicídio?
Suicídio é um problema complexo para o qual não existe uma única causa ou uma única razão. Ele resulta de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais. É difícil explicar porque algumas pessoas cometem suicídio. Contudo a maioria dos suicídios pode ser prevenida.

Porque nem todos podem ajudar uma pessoa que pensa em suicídio?
Muitas vezes, o diálogo e o acolhimento até acontecem e podem acontecer, porém quem ouve pode não estar preparado e não sabe como reagir quando ouve uma pessoa falar que não tem mais vontade de viver e que, muitas vezes, tem vontade de cometer suicídio. Quando não estamos preparados, podemos não dar a atenção devida a essa fala tão séria.

Além de não ignorar esse tipo de fala, é preciso estar atento a outros. Alguns sintomas precisam ser acompanhados e levados a sério, dentre eles:

  • Tristeza persistente;
  • Postagens relacionadas a suicídio ou depressão profunda nas redes sociais;
  • Perda de interesse em atividades que antes davam prazer;
  • Fadiga;
  • Falta de energia;
  • Alteração no sono;
  • Irritabilidade;
  • Alterações no apetite;
  • Choro sem razão aparente;
  • Ideias de morte;
  • Dores e sentimento de inutilidade.

Como um Psicólogo pode ajudar?
De acordo com o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a atuação de psicólogas/os na prevenção ao suicídio deve ir além das intervenções estritamente individuais e buscar a compreensão das condições de vida que podem estar contribuindo para a produção de sofrimentos mentais intensos. Sabemos que a vida se constitui na relação das pessoas com tudo o que está ao seu redor, na produção psicossocial dos modos de ser e estar. Por isso, o papel da Psicologia é acolher e ressignificar esse sofrimento, a partir do entendimento de como ele é produzido nos contextos sociais, históricos e culturais. É considerar o sujeito como um “todo” e voltar o olhar para isso.

A atuação do Psicólogo se baseia nos conhecimentos que também podem auxiliar no trabalho preventivo, já que “a elaboração de estratégias preventivas eficazes depende do detalhado conhecimento dos fatores de risco, determinantes da morte por suicídio. No momento em que o profissional observa que algo possa estar acontecendo, o cliente poderá ser abordado, surgindo a possibilidade do paciente falar de si mesmo, coisa que muitas vezes ele não consegue em seu cotidiano. Nesse diálogo, o profissional observará atentamente alguns aspectos, tais como:

  • Estado mental atual e pensamentos sobre morte e suicídio;
  • Plano suicida atual – quão preparada a pessoa está, e quão cedo o ato está para ser realizado;
  • Sistema de apoio social da pessoa (família, amigos, etc.), em quem é possível buscar apoio para auxiliar no processo.

É preciso salientar que, além do apoio familiar e de quem está ao redor é de extrema importância, porém, a procura de um profissional é essencial para o processo do sujeito que se encontra em sofrimento psíquico.

Ligação para prevenção do suicídio pode ser feita gratuitamente em todo Brasil, disque 188.

Procure também os serviços de saúde da sua cidade que disponibilizam atendimento Psicológico e Psiquiátrico.

JOEDSON DE LIMA SILVA | PSICÓLOGO – CRP 02/22022

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