Os policiais militares paralisados no Ceará apresentaram nesta quinta-feira (27) 18 pontos de reivindicação para encerrar o motim da categoria. O primeiro deles é a anistia dos policiais que aderiram ao movimento grevista. O governador do Ceará, Camilo Santana, havia dito na sexta-feira que não negociaria anistia dos militares amotinados.
Os policiais demandam também reajuste salarial, auxílio por risco de vida, auxílio de insalubridade, adicional noturno e outros pontos. Confira a lista abaixo.
As condições para encerrar o motim foram apresentadas na segunda reunião da comissão formada por representantes dos poderes legislativo, judiciário e executivo, além de representantes do Ministério Público, Exército e Polícia Militar.
A pauta de reivindicação será levada agora ao governador Camilo Santana, que analisará a proposta.
Reivindicação dos policiais
- Anistia Administrativa e Criminal dos policiais;
- Reajuste salarial com aplicação da inflação dos anos 2021 e 2022;
- Equiparação do auxílio alimentação dos militares aos valores dos demais servidores do estado;
- Regulamentação das escalas de serviço: 12×24 (12 horas de trabalho para 24 horas de folga) e 12×72;
- Reajuste do pró-labore do BSP, valores equivalentes a 30% dos valores salarias percebidos da respectiva graduação e/ou postos da ativa;
- Auxílio saúde ou recriação do Hospital da Polícia Militar;
- Fim da idade limite para concorrer ao CFO por militares estaduais;
- Reajuste das diárias de pousada e alimentação;
- Plano habitacional destinado a militares;
- Isenção de ICMS para aquisição de armas e munições pelos militares estaduais;
- Auxílio uniforme;
- Auxílio de risco de vida;
- Auxílio insalubridade;
- Adicional noturno;
- Revisão de pontos da Lei de Promoções;
- Isenção de condutores de viaturas policiais e por danos causados em acidentes;
- Equiparar as viúvas e pensionistas com benefícios dos anos de 2004 a 2011;
- Exclusão da proibição da consignação das associações de policiais militares.
Os policiais militares escolheram como intermediador um coronel reformado do Exército, que é advogado de associações militares.
“Quando os ânimos se acalmarem, aí nós falaremos como é que pode ser negociada a situação dos policiais, como pode ser negociado esse dilema em que se entrou”, disse o coronel Walmir Medeiros.
Desde o início do movimento, o estado registrou 195 homicídios. O número representa um aumento de 57% em relação aos casos registrados durante a última paralisação de PMs no Ceará, em 2012. O movimento daquele ano durou sete dias (de 29 de dezembro de 2011 e 4 de janeiro de 2012).
Subiu para 47 o número de policiais militares presos desde o início do motim. Desse total, 43 agentes foram presos por deserção, que é o abandono do serviço militar; 3 presos por participar em motim; e 1 PM preso por queimar um carro particular. |G1 CE|