Guido e Dilma

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O Governo está fazendo o que pode
Desde a semana passada rumores começam a rondar as redações sobre a possível demissão de Guido Mantega.
Começou pelo Globo, e acabou na The Economist, em uma matéria online com o sugestivo título: “ A breakdown of trust: If she wants a second term, Dilma Rousseff should get a new economic team”.
Em outras palavras, o prestigiado semanário inglês mandou uma mensagem: É preciso mudar o Ministro e sua equipe.
Dilma reagiu ao posicionamento da revista, mas quem tem razão nesta história? Os dois lados.
 
Em outros países, resultados pífios são sinônimos de demissão dos ministros e secretários. E não importa muito o motivo. Essa é a cultura deles. Em Pindorama a banda toca diferente.
 
Por aqui costuma-se colocar a culpa em fatores estruturais para não se fazer nada. Especialmente em pastas sociais, como saúde e educação. 

Se resultados ruins fossem sinônimos para demissão, todos os anos trocaríamos Ministros e Secretários de Estado na área de educação, já que os resultados são péssimos.
E não aparece ninguém para dizer o contrário. Na verdade os resultados ridículos do setor educacional público não chegam a estampar a capa de dois dias seguidos de jornal.
No caso de Guido Mantega, ao contrário da educação, as variáveis exógenas são fatores ainda mais relevantes nos resultados.
Se na educação investir em um colégio melhora sua avaliação, em um resultado quase que direto, na economia não funciona bem assim.
E apesar do pífio resultado obtido no crescimento do PIB neste trimestre, a equipe econômica vem fazendo tudo o que pode, especialmente se levarmos em consideração a fortíssima crise internacional.
Os juros são os mais baixos da história, há uma série de intervenções microeconômicas, como redução de alguns impostos, e vários estímulos ao consumo, mas nada parece funcionar.
A banca reage falando da baixa taxa de investimento, o que é verdade, mas o Governo tem costurado algumas alternativas, como a concessão de rodovias e aeroportos. Até a diminuição da taxa de energia está costurando, mesmo com a reação de algumas empresas estaduais, coincidentemente de governos tucanos.
Se é verdade que ainda são medidas tímidas, por outro lado são posturas corajosas (para ser generoso) de um Governo que foi eleito gritando contra a privatização.
Se a imprensa quer começar a cobrar resultados, deveria começar justamente pelos setores onde gerenciamento e investimentos resultam diretamente em melhoria de resultados.
A única coisa certa é que a publicação da The Economist garantiu ao Ministro alguma sobrevida no cargo.

5 COMENTÁRIOS

  1. /12/2012 – 14:48
    Bran Mak Morn

    Caro blogueiro, depois dos esperados 5% de 2011 e 4% de 2012, viraram 2.7 e menos de 2 respectivamente, diminuindo o otimismo. Claro que o governo está se mexendo, tomando medidas (que são claras tentativas de reverter a tendência de redução do crescimento), porque sabe que se a recuperação não vier em 2013 e começar a afetar o bolso das pessoas comuns, o que era certo (a reeleição de Dilma em 2014) se tornará só provável.

  2. Está finalizando o segundo ano de crescimento fraco do governo Dilma, sempre contrariando e por larga margem as previsões de início de ano do Ministro Mantega.

    Ora, a gente bem sabe que o efeito do desaquecimento da economia não é necessariamente imediato, assim como o efeito do aquecimento pode levar algum tempo para se manifestar.

    Uma coisa é você dizer que os efeitos do baixo crescimento AINDA não chegaram aonde dói na população (aumento do desemprego, por exemplo). Outra, e aí é puro wishful thinking, é acreditar que porque ainda não chegaram, quer dizer que não vão chegar.

    Tanto o governo está preocupado com esta possibilidade que anda tomando medidas meio “cavalo de pau”, como desonerações para certos setores, possivelmente os mais suscetíveis ao baixo crescimento.

  3. Explicando o que é o PIB.
    “O PIB é a soma de todos os bens que o País produz”
    O que o PIB mede não é a produção e sim o que foi ga-sto em termos monetários:
    PIB = C + I + G + X – M
    C- representa os gastos do setor privado,
    I -representa o total de investimentos realizados na economia,
    G -representa os gastos do governo,
    X -é o volume de exportações e
    M- o de importações.

    A equação do PIB mede apenas o valor monetário de todos os bens e serviços.

  4. “Só consumo não é suficiente para vencer a crise”.
    Falta “rumo estratégico” para o governo Dilma,
    no entender do governador Eduardo Campos em entrevista ao jornal Valor economico.

    As empresas do sudeste foram beneficiadas com a redução do IPI deixando os municípiosm, principalmente do Norte e Nordeste, sem dinheiro porque o IPI faz parte do FPM -Fundo de Participação dos Municípios,deixando prefeitos com ar de louco para fecharem suas contas.

    O Brasil precisa de Eduardo Campos presidente em 2014.

  5. A economia no Brasil deve crescer menos de 1% em 2012. Escândalos se sucedem nas fileiras do governo federal.
    Esse ambiente abre uma brecha.
    Rara brecha para quem está na oposição, e de olho na sucessão presidencial de 2014.

    Não por acaso, dois dos possíveis pré-candidatos se moveram nos últimos dias.

    Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, do PSB. Aécio foi lançado candidato a presidente por Fernando Henrique Cardoso.

    O Brasil já não aguenta mais corrupção e “pibinho”.

    Mudança já!

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