Um projeto piloto será iniciado no município de Pesqueira, numa área de 72 hectares na comunidade dos índios Xucuru, com objetivo de triplicar a produção de leite. Atualmente, os índios produzem seis mil litros de leite por dia e a expectativa é que cheguem aos 15 mil litros/dia.
“Os recursos foram liberados a fundo perdido. Apesar de termos uma produtividade acima da média nacional, precisamos sair do regime de pastagem, que sofre com os períodos de estiagem, e implantar o sistema de irrigação. Em paralelo, vamos investir também na qualidade do produto, com as câmaras de resfriamento, fazendo o leite sair do curral já resfriado”, explicou o secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranilson Ramos.
A cadeia produtiva do leite é responsável por R$ 1,1 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) do estado e gera mais de 150 mil empregos diretos. Cerca de 90% da produção é feita por pequenos produtores. O rebanho leiteiro é composto por 400 mil vacas.
Com a seca que atinge o estado neste ano, a produtividade caiu em torno de 30%. Mesmo assim, Pernambuco mantém a média de seis litros de leite por vaca/dia. No caso do projeto na comunidade Xucuru, a intenção é aumentar o resultado de 10 litros de leite por vaca/dia para até 20 litros de leite por vaca/dia.
Ranilson destacou que no Araripe serão 300 hectares de irrigação em pastagens. A região é a terceira maior produtora de leite do estado, com 150 mil litros por dia. “É preciso estrutura para agregar produtividade. Atualmente temos 200 tanques de resfriamento e vamos colocar mais 100. Só na região de Pedra, que atende a fábrica da Betânia, serão 20 tanques; cada um com capacidade para 20 mil litros de leite”.
Seca
O secretário explicou que a situação dos produtores do interior é crítica por conta da estiagem. Segundo Ranilson, agora acontece a fase mais perigosa, pois todos os pequenos mananciais secaram e há necessidade de medidas urgentes para proteger o rebanho.
Entre as medidas adotadas está a compra de caprinos e ovinos de pequenos pecuaristas, através da Conab, para garantir a qualidade do rebanho e melhorar o preço para os criadores. “Alguns estavam vendendo um animal por até R$ 30, enquanto o preço médio é R$ 130. A compra acontecerá até 150 mil animais de 7.500 pequenos criadores”, completou o secretário de Agricultura.