A parceria envolve cerca de R$ 8 milhões a serem pagos pelo Brasil em troca de projetos de dragagem, geotecnia, controle de erosão e estabilização das margens que ampliem a navegabilidade do São Francisco. Perpétua Almeida tomou conhecimento do contrato por meio da imprensa, buscou mais detalhes com o comandante do Exército, general Enzo Peri, e disse ter se surpreendido com o desconhecimento das autoridades de Defesa Nacional.
Segundo a Codevasf, o contrato prevê apenas assistência técnica de dois engenheiros civis norte-americanos na elaboração de 12 projetos de navegabilidade do São Francisco. A Usace teria sido escolhida por sua tradição em projetos bem sucedidos, sobretudo nos rios Mississipi e Missouri.
A Codevasf também ressaltou que não haverá participação da Usace nas obras físicas e nada está sendo feito à revelia do Exército brasileiro, que, desde 2008, estaria acompanhando as negociações, tendo inclusive enviado militares brasileiros aos Estados Unidos.
Mesmo assim, a deputada Perpétua Almeida reforçou a necessidade de controle da execução do contrato, inclusive pelo Congresso, a fim de evitar vazamento de informações estratégicas do Brasil. “Sabemos que assessoria técnica e estudo de solo, de área, de rios. Como vamos entregar isso a técnicos estrangeiros sem que a Defesa Nacional esteja acompanhando?”, questionou.
A viabilização de hidrovias no rio São Francisco já foi tema de audiência pública na Câmara, no ano passado. A Codevasf pretende investir R$ 73 milhões para tornar navegáveis 657 km do rio – entre Pirapora, em Minas Gerais, e Juazeiro e Petrolina, na divisa entre Bahia e Pernambuco.
Edição – Daniella Cronemberger