Carros Pipa

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Em Minas, caminhões-pipa têm GPS para evitar uso eleitoral
Desde o mês passado, caminhões-pipa que distribuem água nas áreas atingidas pela seca no norte de Minas Gerais circulam com aparelhos de GPS. A novidade já está em todos os 152 caminhões contratados atualmente pelo governo do Estado. O objetivo é saber se os veículos estão realmente percorrendo localidades que precisam de água e ao mesmo tempo evitar uma prática que desafia o tempo: a troca de água por voto.
A iniciativa partiu da Defesa Civil Estadual, que até então tinha pouca ou nenhuma ferramenta para checar se os caminhões pagos pelo governo para atender pedidos de prefeitos por água estavam mesmo fazendo o serviço.
Minas, juntamente com vários Estados do Nordeste, sentem este ano os efeitos de uma das piores secas dos últimos 30 anos. E seca em período de eleições, como este, geralmente é uma combinação ruim. “A lógica era essa: na comunidade em que o prefeito tinha prestígio ele mandava caminhão-pipa; para as áreas mais ligadas a seus adversários, não”, resume o coronel Luis Carlos Dias Martins, chefe do gabinete militar do governo e coordenador estadual da Defesa. Ele recebeu a reportagem em seu gabinete da sede do governo.
Além do uso eleitoreiro da água, o sistema anterior permitia que donos de caminhões burlassem o contrato para distribuição de água, segundo Martins. Como recebiam um fixo de R$ 5,5 mil por mês, se os motoristas deixassem de ir a comunidades mais distantes num mês, receberiam o mesmo valor. Com o GPS, diz Martins, o caminhão é monitorado em seu percurso e recebem por quilômetro rodado. “Os motoristas rodam agora às vezes 60 km para chegar a uma comunidade seca; antes iam 5 km e voltavam”, diz o militar.

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