Quase uma semana após um adolescente ser apreendido por planejar um ataque numa escola no Centro do Rio, o governador Cláudio Castro anunciou, na manhã desta quinta-feira (30), uma série de medidas de segurança para escolas públicas e privadas.
O anúncio também foi motivado pelo ataque feito por um adolescente de 13 anos a uma escola estadual de São Paulo na última segunda-feira e uma tentativa de ataque com faca em uma escola na Gávea, na Zona Sul do Rio, na última terça-feira. Entre as medidas apresentadas estão a criação de um aplicativo com botão de pânico e treinamento para professores em caso de ataques.
“Assim que vimos aquela cena lamentável de São Paulo, pensamos na ideia de um plano de segurança para as escolas. Além da preocupação com as operações perto das escolas, há a preocupação com a segurança dos alunos dentro do ambiente escolar.” — explicou Cláudio Castro.
Em uma reunião com representantes do governo e da Educação do estado e do município, a Polícia Militar apresentou o projeto para um aplicativo chamado Rede Escola, com botão de pânico para que alunos acessem rapidamente e comunique às autoridades policias situações de risco. Durante a reunião, o governador confirmou que o acesso ao aplicativo está disponível para escolas públicas — nas redes municipal, estadual e federal — e particulares.
“A partir do sucesso do aplicativo Rede Mulher, o Rede Escola será implantado. Pelo menos uma pessoa por sala de aula terá acesso ao aplicativo para criar uma ação mais rápida.” — disse o governador.
De acordo com o governador, o novo aplicativo, criado pela Polícia Militar, estará disponível de 30 a 60 dias. O controle do aparelho no ambiente da sala de aula será monitorado e administrado por professores em concordância com as secretarias de Educação. O novo programa será um canal direto com a polícia, na mesma linha de funcionamento do aplicativo Rede Mulher.
Através do botão de emergência, a escola poderá fazer denúncias e acionar a PM por meio do 190. O Rede Escola também terá, segundo o governo, outros ambientes e atividades para além do botão de emergência. Entre as opções estarão palestras, informações e materiais no combate à violência.
Além disso, Bope e Core vão elaborar um treinamento para que os professores aprendam estratégias de negociação para aplicar dentro das escolas em caso de ataques.
Outros apoios previstos para a comunidade escolar são capacitação dos profissionais por meio do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Já a Polícia Civil fará também um trabalho diretamente nas unidades, com visitas às escolas e bate-papo com os alunos sobre temas como ações de prevenção à violência, através de Projeto Papo Responsa.
Também nesta quinta-feira foi criado o Comitê Permanente de Segurança Escolar, que reúne as duas pastas, para discutir a implementação das medidas e a criação de outras estratégias. Estavam presentes na reunião representantes das duas pastas, como, na Educação, a secretária estadual, Roberta Barreto; o secretário municipal do Rio, Renan Ferreirinha; e a de Nova Iguaçu, professora Maria Virginia Andrade Rocha; a presidente da Faetec, Caroline Alves; e o reitor da Uerj, Mario Sergio.
Caso recente
Na última sexta-feira, um adolescente de 17 anos foi apreendido pela polícia por planejar um atentado contra alunos e professores numa escola do Centro do Rio. As investigações revelaram que o ataque estava planejado para o próximo mês. A operação foi deflagrada após a polícia se deparar com vídeos do jovem publicados na internet em que ameaçava professores e colegas da escola. A ação contou com a Polícia Civil, a Polícia Federal e a Interpol, responsável por fazer o alerta.