A defesa do publicitário Cristiano Paz, ex-sócio de Marcos Valério, apresentou nesta terça-feira (30) recurso no STF (Supremo Tribunal Federal) em que pede a anulação do acórdão (documento que traz os votos dos ministros e as sentenças) ou a absolvição do seu cliente no julgamento do mensalão. Ele foi o terceiro réu a apresentar recursos.
O advogado Castellar Guimarães Neto argumenta que diversos trechos em que os ministros Celso de Mello e Luiz Fux deram o seu voto oralmente no plenário foram suprimidos do acórdão, o que o deixou incompleto, prejudicando seu cliente.
“Diante disso, pedimos que seja decretada a nulidade do acórdão”, afirmou. A defesa quer que o documento, publicado no dia 22 de abril, seja refeito e republicado.
Guimarães Neto disse ainda que, caso isso não aconteça, ele pede, alternativamente, a absolvição do seu cliente de todos os crimes. Paz foi condenado a 25 anos, 11 meses e 20 dias de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro (unanimidade), peculato (unanimidade), corrupção ativa (unanimidade) e formação de quadrilha (placar de 6 a 4), além de multa de R$ 2,5 milhões. Ele foi absolvido por unanimidade do crime de evasão de divisas.
Segundo o advogado, a defesa rebateu todos os pontos da acusação, apontando as falhas no acórdão, o que justificaria a sua absolvição.
“Há diversas omissões no acórdão, como, por exemplo, quando apresentamos provas de que a [agência de publicidade] SMP&B prestou efetivamente serviços para a Câmara dos Deputados e elas não foram levadas em conta”, pondera.
Outro problema encontrado por ele no acórdão diz respeito a alguns trechos dos depoimentos de testemunhas que, de acordo com ele, foram pinçados e usados fora de contexto. “Essas mesmas testemunhas depois desdizem o que haviam dito. E o acórdão não traz isso.”
Fonte: uol.com