Federações enriquecem enquanto Estaduais têm públicos pífios

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Os grandes clubes nacionais seguem a questionar o espaço no calendário reservado aos Estaduais, que por conta dos fracos públicos lhes fazem perder dinheiro. Mas as federações não têm do que reclamar: seus faturamentos só têm aumentado justamente por conta dessas competições. O UOL Esporte fez um levantamento sobre os balanços de cinco das principais entidades estaduais do país e todas tiveram ganhos extras em 2012 em relação ao ano anterior. A maioria também teve queda na presença de público em seus campeonatos.

Um exemplo é a FPF (Federação Paulista de Futebol), cuja receita aumentou em 20% e atingiu um total de R$ 30,9 milhões. O crescimento da renda é maior justamente nos itens campeonatos e comerciais, que são oriundos do Paulistão.

É o maior faturamento entre todas as federações. A média de público – embora seja uma das maiores dos seus pares – está longe de empolgar, girando em torno de 6 mil pessoas por jogo. É menos da metade do Campeonato Brasileiro.

“Nosso Estadual só tem contratos melhores a cada ano. Enquanto o Estadual pagar bem, não tem porque mudar. É sinal de que vale para a televisão. Isso só sobe. Ninguém paga o que não vale”, afirmou o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, que só admite uma revisão para 2014, com a redução de duas datas, por conta da Copa.

Em proporções menores, Pernambuco vive realidade parecida: a federação ganha mais a cada ano, mas o Estadual teve queda no público. A federação ganhou R$ 4,8 milhões no último ano, contra R$ 3,1 milhões em 2011. O aumento de renda tem relação com o futebol e também com medidas administrativas.

“Alugamos uma parte da sede que foi modernizada. Mas também crescemos porque temos os melhores contratos de Estaduais no Nordeste, com a Coca-Cola como patrocinadora e a Globo na televisão. Ainda obtivemos apoios locais da economia, que está em ebulição”, contou o presidente da federação pernambucana, Evandro Carvalho.

O público do Estadual era o melhor do país em 2012 com cerca de 9 mil, mas isso graças ao programa de nota fiscal que prevê que os torcedores possam trocar notas por ingressos. Mesmo com a manutenção desse programa, em 2013 houve queda na média. O campeonato também foi reduzido para 12 datas só para os times grandes, o que abriu datas para a Copa do Nordeste.

“Já esperávamos essa queda. Mudamos a fórmula do campeonato. Reduziu em seis clássicos no campeonato. Era um sacrifício pela Copa do Nordeste”, defendeu Evandro Carvalho. Mas os clássicos realizados até agora tiveram públicos pouco empolgantes, a maioria com menos de 20 mil pessoas.

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