O líder comunitário Edvaldo Landim do N4, entrou em contato com a redação do Blog do Didi Galvão, para relatar que tem recebido denúncias de mães de alunos que residem na comunidade, e que não estão conseguindo fazer a matrícula de seus filhos na escola do N4, e são orientadas a matricularem seus filhos no C2.
Segundo relatos de mães de alunos e de Edvaldo Landim, essa situação gera descontentamento e preocupação, devido a distância dos locais, pois o aluno estudando em sua própria comunidade tudo se torna mais fácil.
Confira alguns relatos de mães de alunos:
“Quem mora aqui no N4 tem que ter prioridade. Não era não?, a gente tem que ter prioridade porque a gente mora aqui, a gente não mora no C2. Se a gente morar no C2, tudo bem, né? Mas a gente mora aqui, então nossa prioridade é aqui. Nosso filho tá aqui dentro do N4, estudando aqui perto da gente, principalmente pra quem trabalha. Pra quem trabalha, e fica o dia todo na roça preocupado. O filho lá no C2, os pais aqui trabalhando. E aí, a preocupação da pessoa que não trabalha direito, é preocupada com os filhos da gente.” – diz uma mãe.
Uma outra mãe relatou que não foi matricular o filho no C2, porque queria ele estudando no N4. “Eu mesma não fui não, eu disse a ela lá, a diretoria lá, que eu não ia não. Aí quem foi, foi meu menino mais velho, colocar o irmão lá, disse que ia pra não perder a vaga do menino. Mas eu nem concordei, eu fui no colégio daqui, no grande daqui, não tinha vaga pra ele não. E o nome dele já tava no C2, era pra ele ir pra escola do C2, eu disse que isso era palhaçada.”
“Eles nem perguntam as condições de saúde dos filhos da gente, e quando a gente fala, eles dizem que não é problema deles não, problema nosso, é o que diz. Como se nenhum deles tivesse filho, né? Porque até onde eu sei, a maioria deles ali que trabalham naquela escola são pais de família, são mães de família. E eles não deveriam fazer isso com a gente, né? É que nem minha mãe diz, nós pobres só prestamos pra ser humilhados. Mas nós só vivemos humilhados até onde nós queremos. É assim que a gente faz.” – relata mais uma mãe.
