Bolsonaro sugere saída de Ricardo Vélez Rodriguez do MEC

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O presidente Jair Bolsonaro praticamente deu como certa a saída de Ricardo Vélez Rodriguez do comando do Ministério da Educação. A informação foi dada pelo próprio Bolsonaro durante café da manhã com diretores de redação de jornais impressos na manhã desta sexta-feira (5), no Palácio do Planalto.

Está bastante claro que não está dando certo [Vélez]. Falta gestão. É uma pessoa bacana e honesta. Na segunda-feira a gente tira a aliança da mão direita. Ou vai para a esquerda, ou para a gaveta“, disse Bolsonaro.

Vélez protagonizou algumas polêmicas à frente da pasta, que vive uma onda de exonerações e mal-estar. Ele já orientou que diretores de escolas públicas lessem para alunos uma carta que termina com o slogan do governo.

Também já declarou que universidades para todos não existe e que essas instituições devem ficar restritas a uma “elite intelectual“. A última polêmica foi a declaração sobre a mudança nos livros didáticos sobre a ditadura militar.

O presidente Bolsonaro não quis cravar a demissão do ministro, mas disse que sua decisão sobre a presença de Vélez na pasta está tomada e será conhecida na segunda-feira. O presidente sinalizou que Vélez poderia ser “aproveitado” em outro setor do governo.

O café da manhã teve a presença de alguns ministros do núcleo duro do governo: Onyz Lorenzoni (Casa Civil), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Sergio Moro (Justiça e Segurança Publica) e do porta-voz da Presidência, general Rêgo Barros.

Café da manhã
O encontro reuniu jornalistas de vários jornais impressos do País e também de redes de TV:  a Folha de Pernambuco, representada pela editora-chefe, Leusa Santos; Folha de S. Paulo, Estado de Minas, A Crítica, Correio da Bahia, Zero Hora, Globo News e Rede TV.

Ao fazer um breve comentário sobre os primeiros 100 dias de governo, Bolsonaro disse que o Brasil precisa chegar ao porto seguro e que as ações convergem para ajudar o País.

Previdência
Ponto de maior preocupação do Planalto e motivo de vários embates entre Congresso e Governo, a reforma da Previdência foi outro assunto explorado na reunião.

Bolsonaro disse que tem conversado com a ‘elite’ e o ‘baixo clero’ no Congresso, mas não quis comentar a quantas anda a adesão de parlamentares ao texto e quantos já indicariam voto favorável à proposta.

Sobre o regime de capitalização, proposto pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente explicou que ficará para o segundo turno e que a prioridade agora é votar tempo de serviço/contribuição e idade mínima. O ministro Sergio Moro completou afirmando que o governo fez uma proposta necessária e em pouco tempo.

As articulações para a aprovação da proposta ainda não estão no ritmo que o governo espera, mas Bolsonaro reiterou que devem melhorar a partir da semana que vem.

O assunto trouxe também à tona a polêmica que gira em torno da prática do ‘toma lá dá cá’. O governo vem se colocando contrário a essa tendência e lembrou de momentos na época em que integrava o baixo clero. “Quantas vezes lá nas discussões um líder dizia ‘traga a lista da fidelidade’“, recordou.

Transposição
Sobre as obras da Transposição do Rio São Francisco, o presidente adiantou, sem citar valores, que já há um volume de recursos alocados para as obras no Nordeste, e a previsão é de retomada no segundo semestre. A Transposição é uma das promessas de campanha.

Twitter
Adepto do uso das redes sociais para fazer anúncios de seu governo, Bolsonaro disse que as mensagens passam por ele antes de serem postadas. Ele assume total responsabilidade pelo que é publicado. “Não sou eu que posto. Muitas vezes passa rapidamente por mim e eu dou o aval. Quem tem a senha, tem a confiança“, disse.

Filhos
Sobre as declarações polêmicas dos filhos, sobretudo nas redes sociais, o presidente respondeu que “o que eles postam é de responsabilidade deles“. Recentemente, durante visita da comitiva presidencial a Israel, o senador Flávio Bolsonaro disse em seu Twitter: “Quero que vocês se explodam“, em referência ao grupo Hamas. Depois apagou a postagem.

Descontração
O encontro com os jornalistas foi marcado por momentos de descontração. Ao lembrar das críticas de que foi alvo sobre suas declarações, Bolsonaro citou que, uma vez, quando ele era pequeno, com uns 5 anos de idade, disseram que teria chamado uma mulher de gorda e andava nu na rua.

Ao posar para fazer a foto com os jornalistas, brincou: “Quem achar que não queima o filme pode tirar foto comigo“. E também orientou, em tom descontraído, antes da foto coletiva: “As mulheres sorriam, e os homens façam cara de macho“. Todos riram bastante.

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