Brasil ferve de raiva com ‘supersalários’ de funcionários públicos 2

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E também existem os subsídios habitacionais e alimentares, os reembolsos generosos por distância percorrida a serviço e, é claro, as brechas. Um dispositivo de 1955 permite a certos funcionários públicos tirar licenças de três meses a cada cinco anos. Contudo, quem abre mão da licença, agora adotada com a intenção de incentivar os empregados a fazer cursos de pós-graduação, pode optar por receber o dinheiro extra.
Membros graduados do Partido dos Trabalhadores, atualmente no governo, como o ministro da fazenda Guido Mantega, conseguem driblar o limite constitucional recebendo US$ 8 mil mensais por atuar como diretores do conselho de administração de estatais. Muitos legisladores têm direito a bônus anuais de mais de US$ 26 mil para adquirir vestuário, como ternos executivos.
Ainda assim, no mundo desenvolvido, o funcionalismo público brasileiro é invejado em alguns aspectos pelo profissionalismo. Provas rigorosas para uma série de cargos públicos cobiçados geralmente eliminam os candidatos despreparados. Exemplos de excelência, como algumas instituições públicas de pesquisa, conquistaram aclamação em áreas como agricultura tropical.
Porém, contribuintes reclamam dos privilégios no setor público, cujos números incharam cerca de 30 por cento na última década, englobando 9,4 milhões de funcionários num país de 194 milhões de habitantes. Sindicatos poderosos bloqueiam as tentativas de demitir os servidores, tornando tais empregos extraordinariamente estáveis e protegidos.
Enquanto o governo brasileiro se financia confortavelmente por meio da arrecadação de impostos e emitindo títulos da dívida pública, serviços como a educação e o saneamento permanecem lastimáveis. Apesar da alta carga tributária, o Brasil se encontra entre os 30 piores países industrializados e desenvolvidos na qualidade de serviços oferecidos aos cidadãos em relação aos impostos pagos, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, entidade sem fins lucrativos.
Alguns políticos estão sob escrutínio pessoal. Fernando Collor de Mello, ex-presidente que antes denunciava os marajás e agora é senador, foi acusado há pouco tempo de gastar mais de US$ 30 mil mensais em dinheiro público para empregar um jardineiro e dois arquivistas.

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