Cebola: Com o preço muito baixo agricultores pensam em deixar o produto na roça

Uma plantação de cebola na agrovila 9 do Projeto de Irrigação Brígida município de Orocó, chama a atenção de quem passa pela estrada de terra que dá acesso a referida agrovila. A roça de propriedade do Sr. Raimundo tem 1,5 hectares da cebola IPA 11, ou, 5 Kg da semente mudada. Totalmente irrigada por um sistema de gotejamento que diminui o custo final com a mão de obra, ao mesmo tempo em que, proporciona mais produtividade e consequentemente qualidade do produto, o sistema de irrigação por gotejamento não fica por menos de 9 mil reais, isso para uma área comparável a que está sendo trabalhada por seu Raimundo, ou seja,  de 1,5 hectares de terra. Somando o custo do sistema de gotejamento, mais os produtos utilizados desde a sementeira incluindo mão de obra, até ao ponto de arrancar como está à roça de seu Raimundo, aí vai nada mais, nada menos que 30 mil reais.

O que chama a atenção como falamos antes, é quanto à beleza da roça totalmente em ponto de ser arrancada e comercializada, no entanto, segundo fomos informados, seu Raimundo anda meio desolado com os preços do produto e não vê outra solução, se não passar com o trator por cima da plantação se o preço da cebola não reagir. No ultimo final de semana a cebola amarela da mesma do seu Raimundo foi vendida ao preço máximo de R$ 5,00 o saco de 20 Kg. Seu Raimundo não gastaria menos de 4 reais por saco desde a colheita até o Ceasa em Cabrobó, considerando que o preço seja de R$ 5,00 por saco sobraria apenas 1 real, considerando ainda, que a produção seja de acordo com as estimativas dos técnicos e seu Raimundo faça uma colheita de 3 mil sacos, considerando que ele venda o produto pelo preço praticado na ultima feira em Cabrobó, seu Raimundo teria um saldo de R$ 3.000,00, bem distante dos 30 mil aplicados na roça de cebola pelo Sr. Raimundo. A política agrícola do Brasil tem dessas coisas, principalmente para os pequenos produtores. O pequeno Matheus ao lado do Pai o Sr. Evaldo, exibem o produto colhido da roça com a alegria de sertanejos que tem orgulho pelo que faz, no entanto, com a tristeza por saber que tudo que foi plantado, poderá ser perdido por falta de uma política agrícola de proteção ao pequeno produtor.