Entenda o que é a COP 28 e como serão feitos esses investimentos
O governo brasileiro anunciou recentemente durante o evento COP 28 um pacote de investimentos de aproximadamente R$ 21 bilhões para o financiamento de projetos de transição energética, bioeconomia, mobilidade e infraestrutura. O anúncio ocorreu no estande da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O que é a COP 28?
A COP 28 é a 28ª Conferência de Mudanças Climáticas, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e sediada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O objetivo dessa conferência é a discussão de estratégias e ações intergovernamentais para a desaceleração da elevação de temperatura do planeta e transição energética para meios limpos e renováveis.
O grande ponto de convergência é o cumprimento do Acordo de Paris, um documento assinado por 196 países durante a COP 21, no ano de 2015, que visava a redução da elevação de temperatura global em 1,5ºC em 2020 e 2ºC até o ano de 2030, além da redução gradativa de emissões de gases do efeito estufa.
Todo esse escopo de mudanças climáticas é quebrado e dividido para cada país de acordo com os seus próprios dados de poluição, geração de energia e desmatamento. Sendo que os países menos desenvolvidos e menos poluentes possuem uma meta mais branda que os países mais agressores.
Como fica o Brasil neste contexto?
O posicionamento do Brasil no ranking de países em transição energética é muito promissor, ocupando a 14ª posição na produção de energia solar e também a 8ª posição na produção de energia eólica. No entanto, ainda existe muito a ser feito, já que o Brasil ocupa a 4ª posição dos maiores emissores de CO2 desde 1850.
Segundo o pronunciamento da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, durante o evento, o pacote de investimento será dividido em 5 grandes áreas.
Inovação em resíduos urbanos e industriais: O edital do projeto prevê o aproveitamento de resíduos sólidos urbanos e industriais, além de listar soluções mais sustentáveis para saneamento básico, em conjunto com infraestrutura e moradia popular.
Mobilidade sustentável: Investimento em tecnologias para a descarbonização do transporte urbano e planos de mobilidade inteligente para grandes centros.
Mobilidade aérea: Incentivo e investimento em tecnologias para tornar a aviação mais sustentável, como a descarbonização do transporte aéreo e o desenvolvimento de voos autônomos mais seguros e de consumo eficiente.
Bioeconomia: Os investimentos em bioeconomia são voltados para o setor de desenvolvimento e produção de biocombustíveis sustentáveis, para transporte aéreo e marítimo.
Energias renováveis: Por fim, este último pacote será voltado para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias para produção, armazenamento e uso de hidrogênio com baixa emissão de CO2, tecnologias mais eficientes para transmissão de energia, tecnologias de captura e armazenamento de energia.
Atualmente o Brasil figura entre os principais países no desenvolvimento e uso de energia renovável, especialmente no quesito de energia solar. Segundo o relatório da Absolar, o Brasil produziu 32 gigawatts (GW) de energia solar apenas nos primeiros 7 meses de 2023. A maior parte dessa quantia, cerca de 22,6 GW, foi produzida através de mini e microgeradores, ou seja, de sistemas de energia solar para residências, enquanto os 9,4 GWs restantes foram produzidos por sistemas centralizados, como fazendas de energia solar.
