O Dr. Márcio Gleydson de Sá, médico psiquiatra especialista no tratamento infantil, que atualmente atende em Cabrobó através do CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), esteve reunido com algumas mães de crianças autistas na própria sede do CAPS.
Na ocasião, foram trabalhadas orientações profissionais para que as mães realizem em casa junto aos seus filhos. O médico denominou essas ações como intervenções, que podem ser sensoriais, fono-nasais e emocionais. O ideal, segundo o médico, é que tais intervenções sejam trabalhadas entre 15 a 20 minutos diários. O treinamento serve também como uma forma mais prática das mães lidarem e acalmarem seus filhos durante uma crise de raiva ou/e de ansiedade, assim como, ajudar as crianças a superarem seus medos.
Doutor Márcio utiliza da roda de conversa, desenhos, músicas e troca de experiências para trabalhar a parte emocional das mães também. De fato, o cuidado que as mesmas têm com seus filhos, muitas das vezes, acaba sendo uma sobrecarga muito grande, principalmente quando não há o envolvimento ou conhecimento da família sobre o modo como as crianças com o transtorno devem ser devidamente tratadas. Esse momento é de grande importância para se evitar o estresse do cuidador. Outro conselho que Márcio passa às mães presentes, é de que convidem seus respectivos parceiros para também participarem do evento, para que sejam inseridos e tirem suas dúvidas acerca do transtorno autista apresentado pela criança.
Uma das mães presentes, a dona de casa Vicência, moradora da aldeia Caatinga Grande da Ilha de Assunção, deu o seguinte relato sobre o trabalho realizado no espaço: “O meu filho tem 13 anos, e tem um sinal próprio de me avisar quando não quer estar em algum lugar ou não está contente com alguma situação. Esse momento é de suma importância para nós mães, pois somos as mais próximas dos nossos filhos e muitas vezes nós mesmas precisamos agir em várias situações. Aqui aprendemos muito com Doutor Márcio e com a troca de experiências entre as mães.” Pegando o gancho da fala dessa mãe aguerrida, é nítido como cada criança tem a sua particularidade, e essa troca de informação é algo riquíssimo para o modo como cada mãe contorna uma situação difícil causada pelos ataques de ansiedade ou de pânico.
O trabalho realizado pelo Doutor Márcio Gleydson de Sá, junto à equipe do CAPS, na pessoa da psicóloga Sara, é de suma importância para que esse tabu, que infelizmente ainda se tem em volta do espectro autista, seja enfim quebrado. O assunto deve ser tratado com normalidade, e é de grande ajuda também que os responsáveis pelas crianças autistas unam forças para desmistificar essa ideia retrógrada ainda presente na sociedade.
Comunicação Social – PMC-PE