Escolher um ministro, para bombardeá-lo com acusações, muitas delas verídicas e outras caluniosas, tornou-se um esporte nacional. O novo escolhido foi o pernambucano Fernando Bezerra, até ontem considerado um dos mais eficientes do governo Dilma.
O ministro FBC hoje não presta e os abutres têm fome. Querem investigação e demissão sumária. Qual o crime praticado pelo ministro? Enquanto muita chuva em Minas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul destrói residências e bens, e mata pessoas, o ministro encarregado de lidar com calamidades não faz nada pelas vítimas das enxurradas, pois todo dinheiro que o ministério dispunha, o ministro aplicou no seu Estado, Pernambuco, e na Bahia, aonde tem inúmeros familiares.
A defesa do ministro foi feita pelos governadores dos estados mais atingidos e, portanto, os que deviam estar mais revoltados com a suposta irresponsabilidade do ministro – Sérgio Cabral (RJ), Antonio Anastasia (MG) e Geraldo Alckmin (SP).
Eles afirmaram que o ministro FBC vem fazendo o que pode, legalmente, para atender aos desabrigados e reconstituir as estradas e pontes devastadas pelas chuvas. Depois desses depoimentos, qualquer outra defesa do ministro FBC é supérflua .
Enquanto isso, merece registro a irresponsabilidade da oposição e de certa imprensa. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), já fez pose de seriedade e apareceu na TV tachando de suspeito o comportamento do ministro FBC.
Ele pediu à comissão do Congresso que atua durante o recesso que investigue o ministro e promete ir ao Ministério Público Federal e certamente à ONU.
Só está faltando agora o douto e sábio pronunciamento do senador Álvaro Dias, que deve estar preparando a maquiagem para aparecer na TV, pedindo no mínimo que o ministro FBC seja algemado e preso.
Com uma oposição tão ridícula com essa, a presidente Dilma não precisa perder tempo, buscando apoios.
* Maurílio Ferreira Lima é ex-deputado fed