Durante evento na noite desta segunda-feira (13) para o lançamento do livro “Dez Anos de Governos Pós-Neoliberais no Brasil: Lula e Dilma”, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que decidiu não ser o autor do livro porque não poderia contar tudo o que aconteceu no seu mandato.
“Todo presidente escreve seu livro, e eu fiquei pensando: nenhum presidente pode escrever um livro de verdade porque um presidente não pode contar tudo o que aconteceu no seu mandato”, disse Lula. “Então eu decidi não escrever o livro. Fizemos um livro que não é meu, mas que tem uma entrevista minha. Se não seria uma biografia meia-boca”, completou.
Embora não tenha usado a expressão “mensalão”, Lula se referiu ao escândalo como uma fase difícil de seu governo.
“Em 2005, quando a imprensa dizia que o governo Lula tinha acabado, eu decidi: não vou fazer como Getúlio, que deu um tiro na cabeça”, disse o ex-presidente.
O livro, lançado pela editora Boitempo, é uma coletânea de artigos organizada pelo sociólogo Emir Sader. O evento, que contou ainda com a presença do economista Marcio Pochmann e da filósofa Marilena Chauí, foi realizado no CCSP (Centro Cultural São Paulo), na zona sul da capital paulista.
Em uma declaração na mesma linha, na semana passada, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), fez um discurso em tom de desabafo em que criticou a impunidade no Brasil e afirmou que o “povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele” próprio.
“Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro”, afirmou.