Luiz Gonzaga cem anos

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Luiz Gonzaga o sertanejo que se tornou Rei
Uma trajetória repleta de lutas e conquistas que tornou imortal um sertanejo através da arte. Em 13 de Dezembro de 1912 o mundo recebeu aquele que faria história e que viria conseguir o reconhecimento e o respeito dos brasileiros. Simbolo maior da musica nordestina Luiz Gonzaga transformou a história do sertanejo em arte com sua voz grave e os mais perfeitos acordes da Sanfona. De forma “matuta” e singela cantou o nordeste brasileiro e fez da musica o grito de liberdade de um povo sofrido pelas adversidades existentes nessa terra. Retratou as dificuldades do homem do campo com uma perfeição que só poderia ser atingida por alguem como ele que também vivenciou tais momentos dificeis. É impossivel não se emocionar ao ouvir “a triste partida” de Patativa do Assaré sendo melancólicamene cantada por este filho de Exú/PE que deu a ela uma melodia capaz de comover qualquer ser humano. As letras cantadas por Gonzaga que também era compositor deram autoestima ao sertanejo que passou a ouvir com satisfação a realidade nordestina. Tendo como foco principal os simbolos do sertão  Luiz Gonzaga tornou musica a natureza sofrida, a vida no sertão, os costumes, as crenças, a forma do sertanejo se divertir, o cangaço, a fé, enfim, toda riqueza que constitui a terra onde vivemos. Foi assim quando cantou Lampião e sua valentia, quando tornou musica a história de Padre Cicero quando clamou ao frade Frei Damião, nas “cantigas” onde falou da maneira em que o nordestino inicia um romance, na importancia da pureza da mulher e da honra da familia. Luiz Gonzaga ainda adotou a figura do Vaqueiro como um simbolo extremamente importante para o desenvolvimento do nordeste, deu aos animais o direito de fazer parte de suas canções alertando para a importancia de animais como o jumento que para ele seria um animal sagrado, defendendo o cachorro dentro do contexto da vida árdua no sertão, colocando a Asa Branca no cenario da musica como dona de profecias para as condições climáticas.  E como é bom ouvir a correria de um parto com a “parteira” Samarica. O sertanejo desbravador da musica foi mais longe. Levou a cultura nordestina ao sudeste onde adquiriu respeito e construiu grandes parcerias com grandes artistas nacionais. Sua música passou a ser conhecida nacional e internacionalmente interpretada sempre com a graça de um “viajente” de chapéu de couro e traje tipicamente sertanejo mesmo quando esteve em Paris em 1985 onde tocou representando a musica popular brasileira. Sempre com o sertão estampado no peito adquiriu o Status de Rei do Baião e escreveu seu nome na história. Mesmo tendo vindo a falecer aos 77 (setenta e sete) anos em 1989 permanece imortalizado nas mentes dos brasileiros e principalmente dos nordestinos que hoje celebram a data em que seria seu aniversário de 100 (cem) anos.
O sertão mais uma vez se alegra ao saber que os olhos do brasil e porque não dizer do mundo estão hoje voltados para as mais diversivicadas formas de comemoração pela chegada desta data.
Parabéns Nordeste Brasileiro, terra onde Analfabeto é poéta (patativa do Assaré), Padre/Prefeito é Santo (Padre Cicero de Juazeiro) e Sanfoneiro é REI.

Por: Espedito Novaes

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