O apelo dramático de um jovem viciado em drogas

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jovem pede para ser preso

“Me ajuda, me ajuda, eu não aguento mais. Eu quero ser preso”. Esse apelo foi feito por um jovem de 21 anos aos policiais da delegacia de Brumado, no sul da Bahia, na última semana. Segundo Jair Santos, funcionário do setor administrativo da unidade, o rapaz pediu para ser detido com a intenção se livrar do consumo de drogas.

“O rapaz chegou na delegacia e como o delegado estava ocupado, eu fui ver o que era. Aí ele me disse que estava querendo ser preso. Eu perguntei porquê e ele disse que era porque não tem pai, não tem mãe e que estava querendo sair das drogas. Ele estava bem alterado, meio perdido”, relata Santos.

Segundo o funcionário, o jovem revelou que trabalhava na zona rural da cidade e gastava todo o dinheiro que ganhava comprando drogas. “Dava pra ver nas mãos dele que ele trabalhava na roça, que é trabalhador. Ele disse que trabalhava lá e vinha para a cidade gastar tudo com todo tipo de drogas”.

Após saber do pedido do jovem, Santos entrou em contato com Manoel Gonçalves, que faz parte do grupo de Alcoólicos Anônimos (AA) da cidade. “Quando veio o pedido de ajuda, imediatamente eu compareci. Quando cheguei, o rapaz estava chorando desesperadamente. Ele ficava dizendo: ‘Me ajuda, me ajuda, não aguento mais’”, descreve Gonçalves.

O membro do AA relata que em conversa com o rapaz, ficou sabendo que ele consumia drogas desde a infância. “Disse que desde criança usava drogas porque o pai usava, a mãe usava. A mãe dele foi morta por causa de drogas. Ele trabalhava, falou que nunca roubou nada de ninguém, mas gastava tudo que tinha com pedras [de crack]“, conta.

Diante da situação, o jovem foi convidado para fazer um tratamento em um centro de recuperação mantido pelos Alcoólicos Anônimos e pela igreja local. “Como nós temos um centro de recuperação mantido pela igreja, nós convidamos ele. Ontem [sexta-feira] mesmo ele veio para cá. Foi bem recebido, tomou um banho e agora vou sempre que puder acompanhar ele”, promete Gonçalves.

Jair Santos, da delegacia de Brumado, conta que nem chegou a registrar o caso na delegacia e procurou de imediato conseguir ajudar o rapaz. “Me sinto na obrigação de ajudar de alguma forma. Quando vejo alguma pessoa assim, procuro sempre resolver. Talvez ele tenha feito isso porque não tem pais e outras pessoas nessa situação têm a ajuda dos pais. É uma situação muito difícil, é uma doença”, lamenta.

Matéria extraída do portal de noticias do G1.com

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