Até ontem eu achava que o governador Eduardo Campos só teria prejuízos políticos se disputasse a Presidência da República em 2014.
A eleição na Venezuela
A eleição na Venezuela me fez mudar de opinião. A Venezuela é uma coisa, o Brasil é outra. Nesta eleição ocorreu um fenômeno que na física se chama fadiga de metais. Em um dado momento, sem nenhuma explicação, um metal racha e se desintegra.
Na democracia se chama fadiga com a cara dos governantes
Na democracia, chega um momento que a população se enche do discurso, da prática e do comportamento dos seus governantes e seus partidos. Cansaram da cara deles e querem partir para outra.
A queda de Maduro
O candidato chavista Nicolás Maduro, no exercício da presidência, representava o chavismo como o cadáver de Hugo Chavéz ainda quente e seu sofrimento presente na cabeça das pessoas. Começou com 14 pontos de diferença contra seu adversário, Henrique Caprilli.
Maduro cai
Com a campanha, Maduro iniciou uma queda sistemática nas preferências do eleitorado, enquanto Henrique Caprilli subia. Maduro só ganhou porque a eleição interrompeu esse processo antes que a curva da subida de Capriles ultrapassasse a curva da queda de Maduro.
Mais dez dias de campanha e a Venezuela teria outro presidente. O que aconteceu? O eleitorado se cansou do chavismo e decidiu virar a página.
No Brasil
O Brasil foi governado oito anos por Lula, quatro por Dilma, que provavelmente se reelegerá. São 12 anos de governo petista. Tanto Lula como Dilma são considerados excelentes governantes, iguais a FHC, que é respeitado por onde passa.
Entretanto, é visível o cansaço do Brasil com uma sucessão de governos petistas. Acredito que Dilma Rousseff será a última petista eleita.
Eleições 2014
Certos e irremovíveis, temos como candidatos à Presidência da República em 2014:
1. Dilma Rousseff e o bloco PT/PMDB e aliados;
2. Eduardo Campos e o bloco PSB e aliados;
3. Aécio Neves ou Geraldo Alckmin pelo PSDB e aliados;
4. Marina Silva, se conseguir legalizar o partido da Rede;
5. O pastor Feliciano, se conseguir vencer as resistências no meio evangélico;
Apesar de cada vez mais complicado, ainda acho mais provável a vitória de Dilma Rousseff no 1º turno.
Eduardo Campos está certíssimo
Eduardo Campos disputará a presidência e é irrelevante se ele sai na 2ª ou 5ª posição. Antes eu achava que ele, chegando na 4ª ou 5ª posição, sairia da eleição menor do que entrou. Hoje, acho que ele não terá nenhum prejuízo político, independente da votação que obtiver.
Eduardo Campos é candidatíssimo e está certíssimo.
* Ex-deputado federal e radialista.
Escrito por Magno Martins