Recife é uma das mais belas cidades do Brasil, com toda sua imponência arquitetônica. Belas avenidas e as melhores praias do Nordeste, rios e pontes e os inquestionáveis viadutos por toda parte. Olhando apenas por esses aspectos, vale a pena visitar a capital pernambucana. No entanto, tem outras realidades. Uma poluição visual com rios sujos e esgotos por toda parte, fedentina insuportável e quase nada tem sido feito.
Pois bem, quem está numa parte do Recife ver placas anunciando mais uma obra da prefeitura. A placa dar pra ver, já obra é quase invisível. Ao atravessar a ponte que segundo a placa está em processo de recuperação, chegamos ao grandioso Palácio do Campo das Princesas. No Palácio o que não falta é mendigos, uns vão representando os primos pobres da Nação. Outros vão pedir uma boquinha, o que não se ver por lá são as princesas.
Há poucos metros do Palácio do Campo das Rainhas, os olhos captam imagens de doer à alma de qualquer um com sensibilidade humana. Gente de sexos e idade diferentes, tomados pelo mesmo vício e consumidos pela miséria. São os verdadeiros invisíveis da Nação, tão próximos e nem se quer considerados vizinhos do Palácio. O Recife de imponentes estruturas físicas, e de vergonhosa quantidade de mendigos.
No Palácio apenas mordomia e pouca resolução, do Palácio não sai uma ação que possa alcançar os mendigos ao seu entorno. Pra ver das janelas do Palácio a miséria da vizinhança, não precisaria de binóculos, bastaria olhar em direção ao quarteirão em frente. As grandes placas anunciam as pequenas obras, falta sensibilidade para fazer uma pequena ação em favor da maior obra da humanidade que é o próprio ser humano.
