Governador garante que deixa estado equilibrado, com situação fiscal nunca vista nos últimos 30 anos.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), que deixa o Palácio do Campos das Princesas depois de dois mandatos consecutivos, afirmou, nesta quinta-feira (29), em visita à Folha de Pernambuco, que deixa o estado equilibrado, com uma situação fiscal nunca vista nas últimas três décadas. “O estado está preparado hoje para os desafios do futuro, principalmente na geração de emprego e renda”, garantiu.
O governador também rebateu as críticas feitas, há dois dias, pela vice-governadora eleita e coordenadora da equipe de transição do próximo governo, Priscila Krause (Cidadania), quando apresentou um balanço da transição. Segundo Priscila, a situação do estado é “dificílima“. Ela também acusou a atual administração “acelerar” contratos, licitações e ordens de serviço no final da gestão e solicitou suspensão de atos administrativos.
“Essas discussões levantadas foram rebatidas por nossa equipe porque não corresponderam à verdade. Pernambuco nunca esteve tão equilibrado como estamos entregando agora, com tanto olhar para o futuro, com tanto recursos em caixa como nunca se viu nos últimos trinta anos”, esclareceu.
De acordo com o governador, ele deixa o governo com o menor nível de endividamento da história. “Não vamos deixar praticamente nada de restos a pagar para a futura administração. Não temos ainda secretários conversando com a futura equipe, que não foi nem designada. Então, eu acredito que isso vai prejudicar o próximo governo, mas foi uma opção, então a gente tem que respeitar, mas acho que a transição poderia ter ocorrido em temas mais importantes do que ficar lançando números que não condizem com a realidade”, explicou.
O governador sinalizou que há questões mais urgentes para serem tratadas pelo futuro governo. “No domingo, os homicídios vão continuar a acontecer em Pernambuco, os hospitais vão continuar a receber doentes, a vida da população continua. É muito importante para que haja preocupação de já no domingo o governo funcionar e funcionar bem”, afirmou, referindo-se ao primeiro dia do próximo governo.
Reuniões com Lula
Quanto às reuniões que teve com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o governador disse que ambos acertaram de conversar mais à frente. “Eu sempre coloquei para o presidente, desde o início, ainda nas negociações do apoio do PSB à candidatura dele, que nós queríamos ajudá-lo da forma que ele entendesse melhor, com ou sem cargos”, esclareceu.
Segundo Câmara, Lula tem um desafio grande de reconstruir o Brasil e deve fazê-lo da forma que achar mais adequada. “Vamos estar à disposição, mas sabendo que os desafios dele são muito grandes, e a gente pode ajudar da forma que ele entender conveniente”, acrescentou.
Para o governador, com a eleição de Lula, o Brasil volta a funcionar e ter harmonia federativa. “Os estados podem conversar com o Governo Federal e este poder ouvir os estados, haverá essa harmonização com os municípios, também. Os desafios vão exigir unidade”, lembrou. O governador acrescentou, ainda, que não se pode resolver os problemas do país de Brasília, que tem que sentar à mesa com os governadores e os prefeitos, o que não vinha sendo feito pela atual presidência.
