A relação PT/PSB é histórica, vem desde a primeira campanha de Lula em 1989. Tendo o primeiro desgaste em 2012 e mais forte ainda em 2014, quando o PSB apoiou Aécio Neves no segundo turno numa campanha contra Dilma Rousseff. A relação entre as duas legendas azedou de vez no processo do impeachment da Presidente Dilma, quando o PSB foi decisivo para derrubar a petista da presidência.
Como dois eternos namorados PT e PSB vão se entendendo, como diz o cantor “entre tapas e beijos”. Enquanto o PT nacional é quem dá as cartas e diz como tem que ser o jogo político, no Estado natal do presidente Lula é diferente, por aqui quem manda é o PSB. Foi assim com Miguel Arraes e Eduardo Campos, agora não é diferente com João Campos. João tem sido firme em seu posicionamento, vice não será do PT.
João Campos goza de uma impressionante aprovação no Recife, por isso todos dão como certa sua reeleição com vitória já no primeiro turno. Assim como é certa sua renúncia em 2026 para disputar o Governo de Pernambuco, aí é onde entra a importância do vice e porque o PT quer tanto essa vaga. Pela mesma razão o PSB de João não quer a vice com o PT, o aliado de hoje pode ser uma ‘pedra no sapato’ de João em 2026.
A vaga de vice de João este ano é escolha pessoal sua, assim como foi a de Miguel em Petrolina no ano de 2020. João vai escolher alguém de sua inteira confiança, quando ele sair para disputar o governo ter na prefeitura um forte aliado. Para o PT de Pernambuco sobra a vaga que Eduardo destinou a legenda em 2010, quando ajudou Humberto a se tornar Senador da República e repetiu a dose em 2018 quando o mesmo foi reeleito.
Portanto, o PSB de Miguel, Eduardo e João, vai continuar dando as cartas em Pernambuco sobre o PT de Lula e Humberto. O que pode consolar o PT em Pernambuco é que uma das vagas para o Senado em disputa na eleição de 2026, sem nenhuma dúvida será do partido e o Senador Humberto tem a prerrogativa de tentar a reeleição. Assim continua a relação PT e PSB, com cada um em seu quadrado para não invadir o espaço do outro.