Raúl Castro está a um passo do segundo mandato, que deve aprofundar reformas

0
here


Havana, 23 fev (EFE).- Cuba constituirá amanhã, domingo, sua nova Assembleia Nacional do Poder Popular, em uma sessão que deve confirmar Raúl Castro para um segundo mandato presidencial, com o desafio de aprofundar seu plano de reformas para ‘atualizar’ o socialismo.

A sessão foi precedida de declarações inusitadas do general Castro, que na sexta-feira passada, em Havana, brincou com a possibilidade de renunciar devido a sua idade avançada.
‘Vou renunciar. Já vou completar 82 anos, já tenho direito de me aposentar, não acham?’, disse o presidente em tom de brincadeira aos jornalistas que cobriam um ato oficial da visita à ilha do primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev.
Raúl Castro foi nomeado formalmente presidente de Cuba em fevereiro de 2008, dois anos após assumir de forma interina a direção do país ao substituir seu irmão Fidel quando este adoeceu e delegou o poder.
Se a Assembleia Cubana (Parlamento unicameral) ratificar amanhã Raúl Castro, será seu último mandato presidencial, de acordo com sua intenção de limitar os cargos políticos a um máximo de dois períodos consecutivos de cinco anos.
Durante seu governo, a gestão de Raúl se empenhou em impulsionar um plano de reformas para tentar estimular, sem renunciar ao socialismo, uma economia quebrada desde a queda do bloco soviético.
O plano de ‘atualização’ do sucessor de Fidel abriu na ilha comunista espaços controlados para a iniciativa privada com a ampliação do trabalho autônomo e novas formas de gestão cooperativa e tenta desmontar parte do ineficiente setor estatal com medidas como uma drástica redução de hierarquias em ministérios e outros organismos.
Raúl Castro também suprimiu proibições e restrições que saturaram os cubanos durante décadas como as limitações para as viagens ao exterior ou relativas à compra e venda de imóveis e veículos entre particulares.
A ‘batalha econômica’ em um país que gasta US$ 1,5 bilhão por ano importando 80% dos alimentos que consome e onde o salário médio não chega aos US$ 20 foi o empenho do general Castro, cujas reformas são, no entanto, criticadas por sua lentidão e suas limitações.
Outras bandeiras de seu mandato foram a luta contra a corrupção e o engessamento, com apelos constantes a romper ‘a colossal barreira psicológica de uma mentalidade arraigada em hábitos e conceitos do passado’, mas sempre a fim de preservar a Revolução que triunfou em 1959 e suas conquistas.
Por isso, suas reformas não foram acompanhadas de mudanças políticas substanciais além da promessa de limitar mandatos: Cuba segue tendo um regime de partido único, o comunista, e continua na mira das críticas internacionais quanto a direitos e liberdades fundamentais.
Entre os desafios do ciclo que se inicia amanhã estão o aprofundamento das reformas econômicas, assim como garantir a continuidade nas estruturas do poder cubano diante da avançada idade da direção histórica da Revolução.
Fonte: MSN

DEIXE UMA RESPOSTA

Comentar
Seu nome