Baderna e quebra, quebra isso não é manifestação!

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O povo brasileiro sempre lutou e acreditou em seus sonhos, não se entregou quando a fúria da ditadura militar impiedosamente fez desaparecer homens e mulheres. O povo brasileiro começou por Pernambuco mais precisamente na cidade de Abreu e Lima, as manifestações que mais tarde tomaria conta do país. Os brasileiros de Pernambuco sendo mais de 50 mil tomaram as praças, para saudar Miguel Arraes na volta do asilo político de 15 anos fora do Brasil. Em cada movimento ou como queira manifestação, fica uma certeza algo vai acontecer.

E como foi bonito quando os cabroboenses lotaram a Praça do Banco do Brasil para ouvir o ex Ministro e então candidato a governador Marcos Freire, dono de uma oratória irretocável e uma eloqüência invejável, colocava no cotidiano dos cabroboenses fazendo passar de geração em geração, a celebre a frase. “A vida é feito uma roda gigante, gira, gira e gira quem está em baixo vai para cima e quem está em cima vai para baixo”.

Como foi bonito quando um milhão e meio de pessoas ocuparam a Avenida Presidente Vargas no Rio de Janeiro, todos em uma voz, com um só sentimento pedia a volta da democracia, ninguém agüentava mais tanto sofrimento por conta do regime da ditadura militar.

Como foi bonito quando pernambucanos movidos pelo sentimento da esperança devolveram pelo voto livre e independente, ao Dr. Miguel Arraes de Alencar as chaves do Palácio do Campo das Princesas, assim retomar as ações de um governo interrompido pelas forças da ditadura.

Grandes momentos cada um de nós temos para lembrarmos, foram 20 anos de regime autoritário, muitos sofrimentos e perdas, feridas até hoje não cicatrizadas, perdas insubstituíveis, momentos inesquecíveis. Foi muito bonito cada momento, sobre tudo, quando o desejo de vencer era mais forte que as armas dos militares, quando o brasileiro teve a coragem de dizer para todo o mundo ouvir. “Vamos transformar essa vergonha em uma nação”.

No entanto não é nada bonito, quando nos deparamos com manifestações que promovem quebra, quebra, invasões a prédios públicos que prestam serviços essenciais a vida, como por exemplo hospitais. É inaceitável quando se vai as ruas manifestarem contra o que acham errado, no entanto, fazem o que é mais errado ainda.

Como foi bonito quando todos, inquestionavelmente todos, aplaudiram a manifestação de Eliel dos Santos Filhos, sem quebrar um lápis se quer, fazendo uso apenas do instrumento disponibilizado pela democracia, o direito de falar, de reivindicar, com respeito e decência. Na democracia nunca perdemos, às vezes, apenas adiamos a vitoria, o que não significa que fomos derrotados.

1 COMENTÁRIO

  1. O quebra-quebra, ato de facínoras, é o golpe de mestre dos mestres da corrupção para inibir o verdadeiro cidadão de se manifestar, por receio óbvio. Claro, há o dedo sujo de políticos incentivando a desordem. Todavia, com ou sem manifestação, o desprestigio da classe política é mais que evidente.

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