Cabrobó: Projeto de Irrigação Maria Preta, um sonho de todos os cabroboenses!

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No mês de agosto foi anunciado pelo blogueiro de boa fé, Didi Galvão, um brado de extrema importância para Cabrobó. Pena que passou totalmente despercebido, não havendo a devida repercussão. O brado foi proferido pelo nosso prefeito Auricélio, que, imagino eu, encontrava-se emocionado e vestido de patriotismo e visão, o relato trazia uma frase impactante, a mais importante dita até hoje quando se trata da Transposição do Rio São Francisco dita por um líder cabroboense. No relato, um posicionamento firme, decidido e corajoso na defesa intransigente de Cabrobó. Esse clamor, para mim, foi dirigido ao povo cabroboense como um mote: “Vamos acordar, porque a realidade assim nos obriga.” Essa realidade crua que nos bate a porta faz com que pensemos para o hoje, pois a obra avança para a conclusão de 100 km transpondo águas em 2014 para atender o pleito político presidencial vindouro e se não estivermos alerta comeremos moscas novamente, já que depois deste pequeno trecho concluído perdemos toda a força de reivindicação. Referindo-me a “comer moscas” ou “passarmos batidos”, explico melhor, no meu compreender, a negociação da contrapartida que o prefeito antecessor fez permitindo a obra, foi ingênua, vejamos por que:  um ponto de muita importância, se ele (ex prefeito) imaginasse que somente Cabrobó possui a melhor topografia para implantação desse mega projeto que beneficiará 12 milhões de pessoas e irá  enriquecer os pólos de produções que serão criados e se situarão ao longo de todo canal e que por isso, o projeto executivo pôde ser viabilizado e com grande economia para a união. Portanto não é justo nem humano extrair água do nosso rio, ver transitar em nossas terras e saber que essa mesma água é vida e sinônimo de transformação e desenvolvimento que levará riquezas e aqui, no começo de tudo, no nosso solo, absolutamente nada que seja estruturante e transformador. Por onde anda a lógica, o respeito e a consideração que o município merece por situar o local apropriado para fazer acontecer essa façanha humana que é monumental, cadê o jus ao titulo de doador. Por isso, em minha compreensão, o prefeito Auricélio está corretíssimo em botar essa discussão agora na mesa, porque esta é uma reivindicação mais do que justa. O que me encheu de entusiasmo e ânimo para escrever estas rabiscadas linhas, foi justamente a citação do prefeito Auricélio quando diz com coragem e sentencia: “Sem a conclusão do Maria Preta, não permitiremos água para o projeto da Transposição”. Como na alusão já dita de diga ao povo que fico aqui seria, diga ao povo que juntos defenderemos os nossos mais sagrados direitos. E o que seria essa tal Maria Preta, uma ama de leite amável? Talvez sim para os cabroboenses. Maria Preta que ainda não foi dita nem explicada ao nosso povo, (é a terra prometida) uma faixa de terra situada em Cabrobó que se presta otimamente para a agricultura, onde ali poderia ser criado um bom projeto para produção de alimentos. Não me aprofundarei mais no Maria Preta, pois pouco sei das suas dimensões e localização exata, etc. Mas diria em uma abrangência maior que existem também, mais duas faixas de terras as margens de riachos que facilitam muito a irrigação das mesmas e o aprimoramentos para projetos, uma se localiza as margens direita e esquerda do Riacho Saco da Serra e nas margens do Riacho Jacaré, com solos aluviais de grande potencial para irrigação. Esses solos aluviais possuem grande potencial agrícola com poucos riscos devido à salinização, sua superfície é de 573 ha. A segunda área situa-se nas margens do Riacho Terra Nova e um de seus afluentes, a área tem mais de 18 km de extensão nas margens do riacho e terras também com grande potencial irrigável. Essas duas áreas que compreendem 2.086 ha são terras cabroboenses. Nas mesmas poderiam ser desenvolvidas áreas de produções a exemplo de: com 2.086 ha se assenta 207 famílias de agricultores vocacionados, treinados e assistidos por técnicos. Essas famílias receberiam cada uma 10 ha, cada família iria escolher ao seu gosto de produzir em uma das várias áreas, exemplo, área de criação de galinha caipira para carne e galinhas para produção de ovos, área de criação de peixes, de frutas para consumo interno e exportação, de verduras para consumo interno, merenda escolar e cidades vizinhas, (produzindo aqui deixaríamos de buscar em Juazeiro – BA a quase 200 km essas verduras), caprino ovinocultura, leite de cabra para merenda escolar, e carne para o consumo do município. Essas atividades desenvolvidas em terras boas, com irrigação precisa e econômica, com técnicas, tecnologias de ponta e técnicos no acompanhamento, plantando milho da variedade BRS da Embrapa que é um milho de alta qualidade em sua proteína 50% mais rica, sabendo que o milho compõe mais de 70% na composição das rações de peixes, galinhas, porcos, caprinos ovinos, que ainda iriam aproveitar toda palhada. Com esse milho produzido aqui, comprava-se somente a soja e os minerais e se formulava uma ração barata e as atividades dependentes dessa ração tornavam-se viáveis com lucro certo para o produtor. Porque comprando ração comercial não se pode falar em lucro bom e compensatório. Na implantação de pastagens para a área da caprino ovinocultura de leite e carne se adotaria o sistema rotacionado  do  francês Andre Voisin com o capim Âruanã  já testado na região com sucesso. O sistema é simples e revolucionário. Essas áreas funcionando desta maneira são sustentáveis, transformadoras e ajudam muito no desenvolvimento de qualquer município. (Se 2.000 Hectares tornou-se grandioso, na Terra Prometida se instalando 800 hectares, já seria um louvável bom começo). Por isso, penso que cada cabroboense deveria aceitar imediatamente e vestir a camisa desse posicionamento do prefeito Auricélio porque é uma causa muito justa. De mim ao prefeito Auricélio Torres, receba os meus mais sinceros parabéns pelo destemor de defender a soberania do seu povo com a altivez que merecem.

EM RESSALVA: Quero dizer que o texto não tem a intenção de um ataque gratuito ao ex prefeito Eudes Caldas, mesmo porque o mesmo em suas administrações tem conquistas memoráveis, que ajudaram a colocar a cidade na posição que ocupa hoje. Do contrário ao que possa parecer tenho sentimentos muitos bons pelo cidadão Eudes Caldas que sempre tratou-me com carinho e elegância, mesmo quando em algum momento não falei bem da sua administração. O texto também não tem a pretensão de ser dono da verdade nem um indutor de nenhuma ação, são tão somente pensamentos meus, mas se fui feliz e compreendam que o momento exige que esse tema seja pensado e discutido para o seu enfrentamento fui oportuno e estou satisfeito, cumpri a minha missão.

Luiz Pedreira é um sonhador constante que ama o sol, adora a lua e tem desprezo pelo mar por sua estupidez imensurável.

2 COMENTÁRIOS

  1. Didi, não há força pra lutarmos. Os únicos que se unem em Cabrobó são os índios porque têm uma liderança forte. O povo da cidade não se une em torno dessa causa por achar que isto não é de seu interesse. Não há como negociar contrapartidas com o Governo Federal, ele é um rolo compressor que vai passando por cima de todo mundo. Auricélio não vai conseguir nada. Mas se você conseguir mobilizar parte da população, até concordo com sua tese.

  2. Saudações, sou engenheiro agrônomo, em determinado linha do texto o Srº digitou que em solos grande potenciais agrícola com poucos risco devido a salinização, devo ressaltar que a concentração de sais ou seja a salinização não é recomendável para a maioria das culturas, solos recomendáveis são profundos e de fácil infiltração de água que não promova a salinização tornando o mesmo inviável para agricultura.
    wagner de nazinha.

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